Diversas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) podem ser passadas da mãe para a criança durante a gestação. O HIV é um dos vírus mais conhecidos, mas não é só ele que pode prejudicar a saúde do bebê. A sífilis também entra nesse grupo. Para promover a conscientização das gestantes e seus parceiros sexuais quanto à importância dos exames pré-natais para a detecção precoce da sífilis, o Ministério da Saúde lança uma ação nacional de combate à sífilis congênita, que acomete as crianças.
Essa ação conta com o apoio de estados, municípios, sociedade civil, associações, sociedades e conselhos de classe dos profissionais da saúde para redução da sífilis congênita no Brasil.
Sífilis
A sífilis pode ser transmitida da mãe para a criança durante a gestação. As mulheres não tratadas na fase recente da doença (menos de um ano de duração) apresentam as maiores taxas de transmissão para os seus bebês.
A gestante quando não diagnosticada e não tratada corretamente durante o pré-natal, de forma precoce e oportuna, pode causar aborto, natimorto, malformações e lesões de pele, entre outras consequências, com mortalidade em torno de 40% nas crianças infectadas.
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis de 2016, nos anos de 2005 a junho de 2016, foram notificados no sistema nacional 169.546 casos de sífilis em gestantes. Em 2015, a taxa de detecção de casos de sífilis em gestantes foi de 11,2 casos a cada 1.000 nascidos vivos, considerando-se o total de 33.365 casos da doença.
Com relação à sífilis congênita, nos anos de 1998 a junho de 2016, foram notificados no sistema nacional 142.961 casos em menores de um ano de idade. No ano de 2015, foi notificado um total de 19.228 casos de sífilis congênita, com uma taxa de incidência de 6,5/1.000 nascidos vivos.
A melhor maneira de enfrentar o problema da sífilis congênita é o diagnóstico no tempo correto. Por isso, o exame pré-natal é tão importante para a gestante, seu parceiro sexual e o bebê. É nessa oportunidade que os profissionais de saúde podem tomar conhecimento da condição de saúde da mulher e iniciar o tratamento adequado.
Veja outras doenças e complicações que os exames pré-natais podem detectar:
Anemia
A gestante deve fazer o hemograma durante a gestação. O exame avalia componentes presentes no sangue, tais como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Os glóbulos vermelhos são especialmente importantes, porque podem apontar se a gestante está com anemia.
O hemograma deve ser solicitado na primeira consulta da gestação, podendo ser repetido outras vezes. A falta de ferro pode provocar um parto prematuro. Quando a gestante apresentar anemia, deve ser tratada e acompanhada pelo profissional de saúde.
Diabetes gestacional
Outra condição que merece atenção é o diabetes gestacional. O exame de glicemia de jejum indica a quantidade de glicose no sangue. Se as taxas estão acima do normal, o profissional de saúde pode avaliar a possibilidade de a gestante ter desenvolvido a doença.
O diabetes gestacional torna a gravidez de risco e pode causar problemas de saúde no feto. A condição precisa ser diagnosticada no pré-natal para que o profissional de saúde oriente e acompanhe a gestante nos meses seguintes até o nascimento da criança.
HIV
Durante o pré-natal, tanto a mulher quanto seu parceiro sexual precisam fazer o exame do HIV. Se o resultado for positivo, a gestante deve ser encaminhada para serviço especializado em HIV/aids para tratamento e acompanhamento, evitando a transmissão do vírus para a criança. As gestantes com HIV/aids devem ser orientadas a não amamentar, devendo receber a fórmula infantil (leite artificial), fornecida pelo serviço especializado em HIV/aids.
Infecção urinária
Nem sempre a infecção urinária vem acompanhada de sinais e sintomas. Por isso, o exame de urina é tão importante. O problema pede muita atenção porque, se não for tratada, a infecção pode ir para os rins ou para o corpo todo e causar parto prematuro.
O exame de urina é solicitado já na primeira consulta de pré-natal e deve ser repetido nos outros trimestres da gestação.
Sorologias para hepatites virais B e C e para citomegalovírus
Os exames de sorologias para hepatites B e C e para citomegalovírus indicam se a mãe tem alguma dessas doenças. As hepatites virais B e C podem ser transmitidas da mãe para a criança durante a gestação. Durante o pré-natal, a gestante deve receber a vacina contra a hepatite B, prevenindo a doença. Não existe vacina para hepatite C. Quanto ao citomegalovírus, é considerado raro e pode causar malformações na criança.
Esses exames são feitos no primeiro trimestre e repetidos no terceiro trimestre da gestação. De acordo com avaliação medicado profissional de saúde, podem ser feitos mais vezes, se necessário.
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